Salve, galerinha lindaaaaaa! 💖✨
Como vocês estão? Meu coração hoje bate forte, repleto de emoção, reverência e um orgulho infinito. Venho dividir com vocês minha caminhada dentro do Ilê Dan Aiyó Agbara Elègìgbo — uma trajetória de renascimento, entrega, resgates e, agora, de ainda mais responsabilidade espiritual.
Minha jornada no Ilê Dan Aiyó Agbara Elègìgbo
Passei meus anos de Abianado (Abiã), observando cada gesto, aprendendo as tradição e costume da casa com muito respeito, até me recolher, passei por todo o processo do Iyawo: me recolhi no roncó e vivi minha transformação como filha do axé, até receber meu novo nome e renascer.
Ao final dessa jornada iniciática, fui apresentada à sociedade do Candomblé como Ajoie de Oxaguian, e então me tornei Ekedy Gabriella de Oxaguian, um marco no meu caminho espiritual, que mudou minha vida de uma forma que nem sei descrever ou explicar… me salvou profundamente.
Encontrar-me na religião e finalmente me conectar com minha espiritualidade e com tudo aquilo que nunca soube explicar foi mágico. Um alívio imenso em descobrir que, finalmente, eu tinha encontrado meu lugar.
O significado da obrigação de 1 ano (Odú Kíní) no Candomblé Ketu
Cumprir o Odú Kíní (Obrigação de 1 ano) representou mais do que a libertação de certos resguardos; marcou meu retorno ao mundo com o axé fortalecido, meus laços com o Ilê renovados e minha fé e conexão com a espiritualidade inabalável. Foi a celebração que simbolizou o encerramento do ciclo inicial do iaô e confirmou minha entrega à espiritualidade com compromisso e sinceridade.
Iya Maye: A Mãe/Guardiã dos Segredos
Agora, inicio uma nova e sagrada etapa como Iya Maye — a mãe dos segredos. No meu Ilê, a Iya Maye é quem guarda com reverência e silêncio os mistérios do quarto de santo, participa das feituras e obrigações, e preserva cada detalhe ritualístico com zelo e tradição.
Ser Iya Maye é servir ao axé com um gesto diário de cuidado, silêncio e dedicação. É uma honra que carrego com humildade e força, sabendo que o tempero do meu papel agora tem um peso ainda maior, a responsabilidade de proteger o que é sagrado e manter viva a história da nossa casa.
Um compromisso renovado com a fé e a ancestralidade
Quando recebi essa consagração, senti que toda a minha trajetória, desde o meu abianado até a obrigação de 1 ano ( mesmo eu já tendo uns anos a mais haha) culminou nesse momento de pleno significado. Agora, minhas responsabilidades têm uma profundidade maior ainda além das que já tinha e exercia, a ancestralidade, da história e da proteção silenciosa dos segredos do Ilê.
Vivi momentos de ouvir, de preparação e doçura no cuidado com cada ritual… e foi aí que entendi: minha presença, minhas mãos e meu silêncio são instrumentos de preservação do nosso axé.
Caminho com Oxaguian, com meu Babalorixá Maicon de Oxumarê e com meu Babakekere Benício de Oxaguian. Apesar da hierarquia, Benício de Oxaguian é meu Babalorixá; a ele e a Oxaguian pertence minha navalha. Foi ele quem mais se dedicou para que tudo pudesse acontecer, oferecendo seu tempo e dedicação em dias incansáveis de cuidado, amor e entrega durante toda a minha iniciação, até minha apresentação à sociedade no dia 01 de maio de 2022. Sinto imenso orgulho e gratidão por ser sua Rombona. Obrigada Pai 🤍Caminho também com meus irmãos de santo e com você, que me acompanha no blog.
O que vem pela frente – um compromisso com o futuro
À frente, tenho a missão de guiar novos filhos e filhas de santo com acolhida e sabedoria. Manter a organização ritual, zelar pelos objetos sagrados, estar presente com atenção em cada feitura e aprofundar meus vínculos com os ancestrais.
Obrigada por me acompanhar, acompanhar meus passos e carregar esse axé junto comigo.
Se você leu até aqui, receba esse abraço sagrado. E lembre-se: nossa força vem da ancestralidade e da presença que mantém vivos os mistérios.
Com amor, silêncio e axé,
Gabiss – sua Iya Maye 💙✨
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